Adeus década velha, feliz década nova

A última década foi, realmente, uma explosão no que se refere a mudanças de parâmetros, comportamentos e atitudes nas mais diferentes áreas, principalmente na comunicação.

As pessoas nunca quiseram ser tão vistas e ouvidas como na última década. Falar de tudo, de todos e se tornar “especialista” de internet nunca foi tão fácil…. E também perigoso. Prova disso é o enorme sucesso dos aplicativos de relacionamento que nasceram ou se consolidaram a partir de 2009/2010.
Da desativação do Orkut, em 2014, à ascensão do Facebook, passando pelo lançamento do Snapchat, em 2011, do Instagram e do Pinterest, em 2010, e da popularização do LinkedIn, que, desde 2017, aponta quem são as pessoas mais influentes da rede de profissionais e que vale ficar de olho.

Em um mundo com excesso de informação, curadorias de conteúdo são cada vez mais valiosas. Aliás, um movimento também nascido na última década de forma mais ativa. Antigamente, indicávamos uma matéria, um artigo ou um livro para amigos, mas hoje, com a rapidez com que as notícias são publicadas, com a pluralidade de canais e, mais recentemente, com a proliferação das fake news, saber por que mares navegar, ganhando tempo e tendo segurança da veracidade da informação, é quase uma dádiva. Isso sem falar na forma como as relações amorosas avançaram nestes últimos anos, desde a criação do Tinder, em 2012.

Todo um arsenal tecnológico para facilitar a vida das pessoas e que, de fato, facilitou muito, mas até onde tudo isso é verdadeiro e para onde vamos caminhar com essa vida dupla que passamos a ter: a real e a virtual? O que a próxima década reserva para nós?

Vivemos o niilismo. Ou, para usar uma palavra do momento, a disrupção de conceitos e valores. Temas que há dez anos nem imaginaríamos colocar em pauta ganharam repercussão, como consumo consciente, sustentabilidade, poder feminino, diversidade, empreendedorismo social, a periferia.

Na mesma toada, a intolerância também emergiu, seja com relação a não aceitação do que é diferente ou para expressar insatisfação com qualquer outra coisa. Na última década, vimos uma avalanche de consumidores irem às redes sociais falarem abertamente de seus amores e ódios em relação a tudo: marcas, produtos, serviços, empresas. Sem pestanejar e com dedilhar afiado, crítico e mordaz, se tornaram embaixadores ou destruidores de reputação. E, por falar em embaixadores, não podemos deixar de mencionar os famosos influenciadores digitais, aqueles pagos, que custam fortunas e que, hoje, já sabemos que não são tão influentes assim, ou, pelo menos, não da forma que imaginávamos.

Os próximos dez anos serão marcados, cada vez mais, por questões como propósito, confiança e engajamento. Não para amadores, mas para quem verdadeiramente entender o significado disso e conseguir aplicar não apenas em suas comunicações, mas, principalmente, em suas ações da porta para dentro e da porta para fora.

Ao mesmo tempo que o superficial ganhará força e espaço em algumas áreas, na relação com o cliente isso será o oposto, pois o novo consumidor já sentiu o gostinho de ser protagonista e de estar no centro das atenções e não vai abrir mão disso. Abrir espaços para que novas experiências possam ser vividas coletivamente, a busca pela autoexpressão, a exploração da identidade para diferentes públicos/gerações, a ocupação rápida de novos espaços pelos consumidores e a ampliação do consumo de acordo com cada faixa etária são tendências para a nova década.

E, diante disso, o que fazer para sobreviver e ou crescer?

Algumas considerações:

— Desenhar uma proposta de marca diferenciada e focada: estreitar e alinhar a relação com as necessidades dos consumidores, oferecendo uma proposta exclusiva de valor.

— Explorar novas ferramentas, técnicas e fontes de dados para aprofundar o conhecimento sobre os consumidores/shoppers: explorar e acelerar a implementação de novas estratégias de mercado, produtos, conceitos, lojas.

— Inteligência de negócio/otimizar as atividades principais: melhorar a performance em funções críticas como merchandising, preços, previsão de vendas e operações de loja, ampliando as abordagens tradicionais com técnicas analíticas avançadas.

— Trabalhar as limitações internas/pessoas, sistemas e tecnologia: realinhar a organização de acordo com as exigências do mercado, orientação ao cliente (estratégia e execução).

E você, já planejou e se sente preparado para o que vem a partir de 2020?

Texto de Diego Oliveira originalmente publicado em meioemensagem.com.br/home/opiniao/2019/12/13/adeus-decada-velha-feliz-decada-nova.html

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